Simon Rabinovitch, da Reuters
Bumble-bee (mamangaba) tornou-se bumblebee, ice-cream (sorvete) agora é ice cream e pot-belly (barrigudo) ganhou a grafia pot belly. E, se você não gostou das mudanças, não seja um crybaby (chorão, anteriormente grafado como cry-baby).
O hífen vem sendo excluído nas formas informais de comunicação desenvolvidas no mundo dos e-mails e das mensagens de texto, difundidas em sites da Web e que, por fim, encontram espaço em jornais e livros.
"As pessoas não se sentem confiantes quanto ao uso de hifens hoje em dia, não sabem bem para que servem", disse Angus Stevenson, editor do dicionário, cuja sexta edição foi lançada esta semana.
Também influenciou a queda de tantos hifens o fato de que os designers gráficos não apreciam o deselegante traço horizontal entre palavras.
"A escrita impressa é muito definida pelo design atualmente, em anúncios e sites, e as pessoas sentem que hifens atrapalham a aparência de um trabalho tipográfico elegante", acrescentou. "O hífen é visto como poluído em termos visuais, antiquado."
A equipe que compilou o dicionário, um trabalho em dois volumes apesar do nome, só cometeu as amputações gramaticais depois de extensas pesquisas.
"Todo o processo de alterar a grafia de palavras no dicionário se baseia em nossa análise de indícios do idioma, não é simplesmente uma questão do que pensamos que vai parecer melhor", afirmou Stevenson.
Os pesquisadores examinaram um total de mais de dois bilhões de palavras de textos, originalmente publicados em jornais, livros, sites e blogs, a partir do ano 2000.
Mas os hifens não perderam totalmente seu lugar. O editor do dicionário elogiou o serviço de primeira classe que prestaram ao idioma inglês na forma de adjetivos compostos: "Há palavras em que o hífen é necessário para evitar ambigüidades."